terça-feira, 30 de novembro de 2010

"Vision" - ("Visão") - técnica e historia...

"Vision" - ("Visão")  pintei em junho 2010...uma tela de 40 x 80 - dita 3D - os lados são mais largos permitindo de dar continuação à pintura e dispensa a presença de moldura.

Sonhei com pedras, largas e grandes... e que me escondia atras de uma cachoeira, pequena, aonde estava sentada olhando para o exterior sem que me vissem...ou me achassem...

Normalmente, levo meus sonhos em consideração, e sempre procuro ou analisá-los, como Freud o faria, ou transmiti-lo em uma tela...

Comecei minha tela como sempre - primeiro a preparo... o preparo é o fato de pintar a tela de uma ,duas ou quantas cores eu decidir.. a totalidade, cobrir o minimo espaço branco.

Dou preferência às cores preta, azul , verde e garance...pois são as cores que mais uso depois.. Nesta foi preto, e azul rei.

Uma vez a tela coberta, preparada de uma fina camada de cor, deixo secar...

Uma vez seca, como é normal aos meus habitos nada é previsto de avanço em minhas obras...apenas tracei levemente as pedras, e demarquei o lago... o resto viria normalmente, como sentisse...como visse...

Comecei pelas folhas... mas nao tinha gostado do que vi, então deixei a tela de lado um tempo...  Isso foi no mes de fevereiro 2010...

Em junho, recoloquei a tela em meu cavalete...a inspiração para ela estava ao seu maximo!

Deixei meu fundo como estava, e fui pintar as pedras...ora, não podeira finalizar o fundo, se as pedras estao em um plano anterior.. as plantas  se sobrepõem as pedras - eis o que eu não tinha gostado inicialmente e que não tinha visto...

A pespectiva é muito importante para mim, se não ha pespectiva, não ha a impressão de "poder entrar" na obra..

Passei à minha flora, escolhendo, passo a passo qual folhagem seria adequada, as cores, e isso me leva aos pincéis... trabalho sempre com  pincéis finos, bem finos.. n°2 - o maximo chego ao n°4..

Não espalho a tinta na tela, eu a coloco delicadamente, e com muito cuidado.. cada traço, cada sombra e luz tem seu peso.. assim como o volume e as cores.

Colocar cores que não trazem harmonia, seria como uma cacofonia colorida... não é o meu âmbito..

Fui para o lago.. e com os dedos eu espalhei o azul... melhor os azuis.. Neste lago têm 3 tonalidades de azul.. e para que se interliguem e se lacem, nada melhor do que os dedos...

Do lago fui às bordas.. vendo a tela, vcs verão que o plano é anterior ao da folhagem que se avança...

E então a cachoeira...Como fazer a Cachoeira ? Como lançar a transparência?... Questão boba mas  fundamental... Pintei o azul.. e sentei para observar... Não via as pedras pintadas por tras do azul..
Não havia transparência.. Alguns segundos de reflexão e me lancei.....

Mergulhei o dedo na terebentina e passei..em movimentos leves... e "voila" a transparência...

Tudo se aprende, tudo se adapta...

Uma vez minha cachoeira com transparência, coloquei o movimento da água.. .. e, por incrivel que pareça, o trabalho mais dificil começou.. os toques finais..a procura da perfeição...que as sombras e luzes esquecidas, as plantas que mergulham na água ou se refletem na mesma...

Quando finalmente me dei por vencida.. pois se dependesse de mim jamais terminaria nenhum quadro - sempre tem algo a fazer... assinei.

Uma vez que assino uma obra,  me proibo de retocá-la , mesmo se vejo um milhão de defeitos que com pinceladas poderia corrigir...

Durante essa experiência, me senti em plena selva.. ouvindo o barulho da cachoeira, sentindo o cheiro de terra molhada.. e das flores, assim como os das diversas plantas verdes odorantes...

A sensação de ter tido uma visão.. de um pedaço do paraíso.

O frescor da água em uma terra quente...

Essa é a minha obra "Vision"



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